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Porque eu parei de postar no Facebook

  • danielseda
  • 7 de jan.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 24 de mar.

Muitos anos atrás decidi parar de postar no Facebook e limitei a minha relação com aquele site lá.

Eu já usava o Instagram e era meio obrigado a usar o Whatsapp, que virou padrão de comunicação no Brasil.


Mas o Facebook mesmo, eu nunca nem instalei o aplicativo de celular. Logava sempre em janelas privativas do browser e demorei muito tempo pra replicar (algumas) postagens do Instagram pro Facebook.


Resolvi finalmente escrever um texto explicando porque e propondo aqui umas reflexões.

Como estou publicando este texto também no Facebook eu provavelmente vou ter que entrar mais vezes lá, exatamente o que eu estou evitando de fazer. Mas é isso, a vida é cheia de contradições e para dialogar ou criticar algo às vezes faz mais sentido criticar de dentro.


O problema principal é que o Facebook virou uma máquina de manipulação política, de difusão de mentiras ("fake news" = mentira. É simples assim).

E agora com o Trump/Elon Musk na presidência dos EUA a coisa vai piorar e muito.

Hoje o oligarca dono do Facebook, o Zuckerberg, deu uma declaração dizendo que não vai mais inibir mentiras. Ele se diz contra a censura. O que significa que vai poder ter propaganda política de nazismo, de racismo, homofobia, transfobia, a partir de hoje tá tudo liberado!



Enfim, mas vamos para as minhas razões anteriores para para de frequentar aquele boteco lá.

Bom, no início era o Orkut. A melhor comunidade online que a gente já teve. No Orkut a dinâmica dos encontros era feita a partir das comunidades. Tinha comunidade de tudo: das mais zuêra a la "anão vestido de palhaço mata oito" e "por favor aceite esta manga" às mais sérias e dedicadas aos discos brasileiros dos anos 70, arte, etc. As pessoas se organizavam em torno de interesses em comum e em tópicos que ficavam publicavam e organizados. Era fácil achar as coisas, ficava tudo registrado.

Não tinha uma timeline pública coletiva, as timelines eram individuais, você ia no perfil da pessoa com quem queria falar e respondia ao post dela. Tinha depoimentos, tinha notas de "sexy", "confiável", etc.


Então veio o Twitter. No Twitter era apenas uma timeline coletiva onde os posts de início ficavam publicados cronologicamente, cada post na hora que foi publicado, um depois do outro. Você seguia as pessoas e a pessoa seguia você apenas se quisesse. Não eram "amigos", você queria acompanhar alguém e seguia a pessoa. Se a pessoa não quisesse te acompanhar, paciência.


O Facebook chegou e logo copiou essa timeline pública do Twitter. No início o Facebook também não tinha ela, era só a timeline individual como no Orkut.


Mas daí o Facebook inventou o tal algoritmo.


Ao invés de receber as públicações de todo mundo que você seguia na ordem em que foi publicada, agora era o Facebook que decidia o que ia aparecer.

O misterioso algoritmo manipulava a sua timeline a partir dos seus likes, supostamente a partir dos seus interesses.


Bom, foi aí que eu perdi o interesse no Facebook.

Porque tudo é política e não existe algoritmo objetivo isento. O algoritmo foi programado e é constantemente reprogramado por um grupo de pessoas que tem sempre uma intenção política.

Às vezes a intenção é "deixar a política de fora" o que em si é um intenção política, porque não existe isenção. Se você se diz isento, você concorda com quem está no poder. Você participa, querendo ou não, esse é o preço de viver em sociedade. Se você não se posiciona e luta contra, você concorda.

E economia também é política! O dinheiro é uma ideologia em si!


E o algoritmo do Facebook e do Instagram vem sendo criado para radicalizar as pessoas. Pessoas indignadas, com raiva, ficam mais tempo nos sites repostando e divulgando as coisas e com isso o FB/Instagram, a Meta, vende mais propaganda e ganha mais dinheiro a partir de você que está indignado e fazendo mais pessoas ficarem mais tempo aqui, repostando e divulgando as coisas, as causas, etc.

O dinheiro é uma ideologia e a ideologia de aumentar o rendimento da Meta passa por radicalizar as pessoas, etc, etc.




Enfim. Agora é o paradoxo, porque as pessoas vão responder a este post que eu publiquei lá primeiro e eu vou ter que voltar lá, exatamente o que eu não queria.


Enfim, isso estava entalado na minha garganta e eu precisava desabafar com vocês.


Ah sim, porque eu nunca instalei o aplicativo e só entro em janelas privativas do browser? Porque se você instala o aplicativo e fica logado no navegador, o Facebook fica te seguindo por todo lugar na internet pra alimentar o algoritmo dele....

 
 

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