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esse blog começou aqui: https://eusouocritico.wordpress.com/

 

Esta é uma visão absolutamente pessoal de um futuro possível para a humanidade ainda durante este século. Esta visão se baseia na mistura de algumas idéias surgidas no contato com autores de ficção científica e de fantasia unidas às muitas informações que encontro sobre pesquisas reais já em curso.

1. Revalorização do corpo, da memória e dos trabalhos manuais Em um movimento de oposição à crescente cultura protética que inclui desde o Google (como ampliador e organizador de memórias) até os avanços em robótica, existe também um movimento de artistas que propõe a volta da valorização dos trabalhos manuais, do contato com o próprio corpo (body-art, etc). Ao invés de serem opostas a meu ver as duas coisas se complementam: a ampliação das capacidades biológicas através da tecnologia expõe os limites do corpo. Isso traz de volta os questionamentos sobre os potenciais naturais do corpo e estimula os artistas a retrocederem para estas questões. Uma questão alimenta a outra e esses dois pólos de questionamento seguem juntos.

2. Fim do lixo Não existe lixo na natureza. A idéia de lixo nasceu com a civilização urbana e se expandiu principalmente a partir do capitalismo industrial. Assim como surgiu pela voracidade capitalista o lixo será superado por uma cultura da reciclagem total. Conforme a consciência ecológica se expandir a própria sociedade se encarregará se corrigir este erro que foi a existência do lixo durante o século XX.

3. Invenção da antigravidade Com a invenção de uma nova substância mais eficiente do que o gás hélio, a antigravidade irá mudar novamente a cara das cidades com a libertação das construções do peso que definiu seus limites até hoje. O tão previsto carro voador finalmente virá a partir da união desta invenção com motores eletroeletrônicos sem bateria (e mais leves por isso) funcionando com energia sem fio.

4. Desenvolvimemto e aplicação prática de tecnologias alquímicas de criação de matéria a partir “do nada” (http://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2012/09/reacao-quimica-cria-monstro-em-laboratorio.html) As pesquisas em nanotecnologia e em micromódulos programáveis (por exemplo: http://www.cs.cmu.edu/~claytronics/ ) irão criar um mundo onde os objetos surgirão aparentemente do nada. Os ambientes e móveis serão configuráveis de modo quase instantâneo conforme o desejo e as ncessidades dos usuários.

5. Substituição do dinheiro pela energia Trabalho é energia aplicada. O dinheiro surgiu como um símbolo do trabalho humano mas acabou por se tornar o seu algoz. Com o surgimento de tecnologias limpas e eficientes de geração de energia a partir do sol, do vento, dos movimentos das ondas e do corpo a geração de energia se tornará simples e largamente difundida. As tecnologias de difusão sem fio e o surgimento de uma web da energia, facilmente alimentada pelo público com lógica semelhante à da internet de informação, criarão uma rede energética que irá substituir a necessidade da existência de dinheiro. A capacidade individual de geração de energia será o novo padrão econômico do mundo.

Esse post possivelmente será incrementado nos próximos dias com links e outras digressões partindo dos pontos citados.

Esse delírio utópico extremamente pessoal acima descrito parte da idéia de que existem a capacidade e a vontade criativas para melhorar o mundo em que vivemos.

Resta saber se as forças econômicas dominantes e a ignorância massificada dispersa no mundo vão deixar isso acontecer a tempo.

Boa sorte pra nós.

  • 17 de jun. de 2010

Nunca tinha lido nada da Margaret Atwood. Uma vez, muito tempo já faz, eu li uma referência elogiosa (“quer casar comigo?” ou algo do tipo) em uma tirinha do Laerte. Fiquei com o nome e a boa impressão na cabeça, afinal o Laerte, como cartunista canonizado não faria uma referência explícita a qualquer um.

Então o acaso a trouxe para perto de mim: um dia, enquanto me dirigia à estante de literatura nacional na (nova e ótima) Biblioteca São Paulo, um livro dela apareceu na minha frente: A Vida Antes do Homem. Magneticamente o livro colou na minha mão e tive que trazê-lo para casa.

O livro é um fluxo. A história começa logo após um fato decisivo, e termina um pouco antes de outro fato importante acontecer. Ao longo da narrativa sutil, três personagens se alternam narrando suas versões dos fatos. São seres reais, vivos. Pessoas que sorriem bom-dia enquanto borbulham de ódio, mágoa ou indiferença. Pessoas que não sabem bem o que está acontecendo e prosseguem mesmo assim, tentando controlar seu destino enquanto decisões tomados pelos outros mudam o curso de suas vidas. A vida psicológica, as contradições e a complexidade de cada um vão lentamente sendo contruídas através dos capítulos. Ora um narrador onisciente, ora o próprio personagem em seu fluxo de associações e atos e assim um universo físico e psicológico vai sendo montado. A Tia Muriel (foi daí que você tirou o nome, Laerte?) e sua rigidez moral, desumana, projetando sua sombra sobre a pobre Elisabeth que (em nome das filhas pequenas?) tenta manter seu casamento quase de fachada com Nate, também oprimido por sua mãe idealista (mas no íntimo, desesperada), enquanto este dá os primeiros passos para trocar de amante, conhecendo a delirante e obsessiva paleontóloga que mantém uma relação suficiente mas não totalmente satisfatória com William, cuja violência insuspeitada a empurra em definitivo para seu novo, e não menos insatisfatório, destino.

Uma decisão tomada por uma das personagens irá mudar novamente tudo, mas antes disso, o livro acaba.

Margaret Atwood, quer casar comigo?

serviço: A Vida Antes do Homem Margaret Atwood 351 pgs Editora Rocco

  • 16 de nov. de 2009

Quando o livro chegou em casa via correio confesso que fiquei um pouco decepcionado: a edição pequena, fininha, não inspirava muita confiança. Apesar do pequeno livro não parar fisicamente em pé percebi após algumas páginas que não iria me decepcionar com o livro de estréia de Roger Franchini.

Ancorado em sua experiência como investigador da Polícia Civil de São Paulo Roger desenvolve uma narrativa ágil e bem amarrada misturando corrupção policial e poder público para ao fim, em uma grande catarse, realizar a justiça que faz falta no mundo real.

O principal mérito do livro de Franchini é fazer bom uso do imaginário brasileiro sobre a corrupção generalizada no serviço público aproveitando esse background para desenvolver uma ótima narrativa policial. Filiando-se sem medo à tradição literária de Rubem Fonseca, Roger atualiza com sua própria experiência o mundo cão policial brasileiro dentro da literatura.

Se você curte literatura policial fica essa dica recomendo este “Ponto Quarenta”, um ótimo livro contemporâneo e um belo representante da mais genuína tradição policial brazuca.

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